domingo, 22 de fevereiro de 2009

Frases de um cult: O Pequeno Príncipe...

Seguem trechos do livro O Pequeno Príncipe, do escritor Antoine de Saint-Exupéry, onde está aquela famosa frase

“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”

E também há outra frase (duas, na verdade) famosa nesta "região" desta obra literária tão... digamos assim, tão cult (ou seria tão kitsch):

“Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”.

Eis os trechos:


- Minha vida é monótona [diz a raposa ao Pequeno Príncipe]. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passo que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor... cativa-me! disse ela.

- Eu até gostaria, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!

- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.

- É preciso ser paciente, respondeu a raposa.

(...)

- Adeus, disse ele [o principezinho]...

- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.

- O essencial é invisível aos olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.

- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...


*SAINT-EXUPÉRY, Antoine. O Pequeno Príncipe. Tradução de D. Marcos Barbosa, 48ª ed., 2000, p. 68-74. FONTE: http://www.coperve.ufsc.br/provas_ant/2001-2D.doc

3 comentários:

InarA disse...

Tenho umas imagens inspiradas nesse livro,e mesmo que venha de mim e que seja visível, acho que foi essencial!
Aguarda na linha...

elisabeth disse...

O trecho nos mostra que é a nossa realidade no mundo comtemporâneo. O homem não tem mais tempo... tudo é tão corrido tão esstressante. Quem é que cativa alguém hoje em dia.

Cicero Carlos disse...

Rapaz, o negócio é bem feito mesmo! O livro é um quê de poema, de dor, de choro, de alegria, de morte e de vida! O Antoine Saint-Exupéry foi um cabeçudo mesmo!
Quem ainda não leu, leia! Ou assista, não os desenhos que fizeram sobre a obra, mas um filme de